Confira como foi a edição desse evento tão importante para a promoção da leitura e criatividade em nossos alunos
"Por um mar navegam as mesmas palavras". Esse foi o título que deu nome à mostra do Momentos Poéticos 2023. Este evento acontece há mais de 10 anos em nosso colégio e já teve diferentes formatos.
Todos os anos, um autor é homenageado e os alunos de 6º ano do Fundamental II à 2ª série do Ensino Médio leem sua obra e desenvolvem diferentes trabalhos artísticos a partir dela.
Desde 2022, o evento passou a contas com o formato exposição. Ocupamos diferentes lugares da escola e ressignificamos de acordo com o tema designado a cada turma.
No ano passado, comemoramos o Centenário da Semana de Arte Moderna. Neste ano, em consonância com a Década Internacional de Afrodescendentes, estabelecida pela Unesco entre 2015 e 2024, optamos por falarmos dos países que têm a Língua Portuguesa como idioma oficial, dando destaque aos países africanos que são parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), além de partirmos das obras de duas escritoras pretas, Carolina Maria de Jesus ("Quarto de despejo") e Conceição Evaristo ("Olhos d'água"), para tratarmos a Língua Portuguesa do Brasil a partir da leitura de mundo de duas mulheres periféricas.
Para explicar a origem do português e como chegou aos demais países, trouxemos dois autores importantíssimos para Portugal, José Saramago e Fernando Pessoa.
Entre as obras trabalhadas, nomes como Ondjaki e José Luandino (Angola) e Luís Bernardo Honwana (escritor moçambicano, cuja obra "Nós matamos o cão tinhoso" está na lista da Fuvest) não poderiam ficar de fora.
Os alunos criaram jogos, cartazes interativos, retrataram cenas das obras e reinventaram o ato de ler um livro.
Veja a seguir um vídeo que resume brevemente como foi o Momentos Poéticos 2023, cuja trilha sonora foi criada pelo nosso aluno da 1ª série B do Ensino Médio, João Pedro Belon, sobre as variações da Língua Portuguesa do Brasil.
Confira a letra:
As mil línguas do Brasil
Vou lhe contar um fato sobre esse nosso Brasil,
a gente só fala uma língua,
mas em cada lugar que se passa aparenta ter mil.
Vou começar no Nordeste, eita povo arretado que só sabe rir!
Lá o carnaval não é fuleiro, é divertir...
e só fazer o povo cantar, se alegrar e sorrir.
E lá no Norte... Égua! Eu nunca vi tanto gaiato!
De tanto rir, fiquei até brocado,
avistei um curumim e pedi um ensopado.
Lá no Centro-oeste, os pé de boi passa' perrengue
Pega a gamela e vai trabalhar
e no meio do caminho só pensa na hora de voltar.
E no sudeste não tem caô e nem migué,
senão vou ficar bolado, não sou nenhum Zé Mané
Vai ver se eu to lá na padoca do seu Zé!
E lá no Sul, tem uns piá que não para' de ficar brincando pra lá e pra cá
esses guri não perde' tempo pra viver
e quando voltar pra casa vai ter cacetinho pra comer
e lá ele
E esse é o nosso Brasil
bem diversificado não dá pra negar,
mas isso é o que nos faz amar.
- João Pedro Belon
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